Meningite: por que essa doença é tão perigosa?

Inflamação nas meninges é umas das doenças imunopreveníveis mais temidas. Forma mais grave pode levar à morte em menos de 24h.

A meningite meningocócica é umas das doenças imunopreveníveis mais temidas e uma das formas de meningite bacteriana mais graves, podendo levar à morte em menos de 24h. De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), todos os anos, cerca de 1.500 a 3 mil brasileiros são acometidos pela doença.

A maioria dos casos de doença meningocócica é causada pelos tipos A, B, C, W e Y. O nível de relevância de cada tipo varia conforme o país ou a região. No Brasil, o sorogrupo mais comum é o C, motivo pelo qual a vacina foi inserida no calendário infantil do Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 2010.

Especialistas alertam que a meningite meningocócica é imprevisível e conta com evolução rápida, devido à proliferação das bactérias. Quando ela atinge o sangue, o corpo gera uma inflamação forte, podendo entrar em choque graças à queda brusca de pressão.

Segundo a Pfizer, dos sobreviventes, cerca de 11% a 19% ficam com sequelas, que podem incluir alterações neurológicas, amputação de membros, cicatrizes na pele e perda de audição.

A vacinação é a principal forma de prevenção, e pessoas de qualquer idade não vacinadas ficam vulneráveis. No Brasil, contudo, a doença meningocócica atinge com mais frequência crianças de até 5 anos.

O que é a meningite?

A meningite é uma infecção nas meninges, membranas que recobrem o cérebro e a medula espinhal. Vírus e bactérias são as suas causas principais e, de maneira menos comum, pode ser ocasionada também por tumores, medicamentos, parasitas e fungos. A meningite meningocócica é uma inflamação pela bactéria Neisseria meningitidis e pode afetar pessoas de todas as faixas etárias.

Para que a transmissão da doença meningocócica ocorra são necessários contato e convívio no mesmo ambiente. A propagação é feita por meio de gotículas e de secreções do nariz e garganta de pessoas contaminadas. De acordo com a Pfizer, alguns indivíduos podem transmitir a bactéria sem apresentar sintomas.

Conforme o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), cerca de uma em cada dez pessoas é portadora do meningococo na garganta ou no nariz, sem apresentar qualquer sintoma.

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A importância da vacinação

Como ressaltado pela Sbim, as vacinas são seguras e eficazes, com mais de 95% dos vacinados protegidos. Atualmente, no entanto, sabe-se que a eficácia da proteção conferida pelas vacinas conjugadas (meningocócica C e ACWY) cai ao longo do tempo. Sendo assim, é fundamental que as doses de reforço sejam aplicadas, de acordo com recomendações da SBIm e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

A vacina meningocócica conjugada ACWY é recomendado pela SBIm e pela SBP sempre que possível. O esquema deve começar aos três meses de idade, com duas doses e intervalo de dois meses.

Reforços devem ser aplicados entre os 12 e 15 meses, e, depois, aos 5 anos e aos 11 anos de idade. Vale lembrar que a quantidade de doses e o intervalo entre elas pode variar quando há atraso no início do esquema e dependendo da vacina utilizada.

Além disso, os órgãos de saúde indicam a aplicação da vacina meningocócica B para crianças a partir de 3 meses e para adolescentes. O esquema varia conforme a idade de início da vacinação. Ela pode ser aplicada na mesma hora que a vacina meningocócica ACWY.

Também podem se proteger com as vacinas ACWY e B crianças e adolescentes de todas as idades que não tenham sido vacinados anteriormente.

Apesar de o número de casos em adultos não justificar a inclusão no seu calendário de rotina, a administração da vacina precisa ser feita em situações de risco epidemiológico, como surtos ou viagem a lugares onde a enfermidade é endêmica.

Sintomas e sinais

Segundo os órgãos de saúde, um dos maiores desafios no diagnóstico da meningite meningocócica é o fato de que os seus sintomas iniciais podem ser confundidos com dengue ou com uma gripe forte. Dessa maneira, muitas vezes, a doença já está avançada no momento do diagnóstico.

Os sintomas e sinais comuns a todos os tipos de meningite são febre; rigidez na nuca; dor de cabeça; mal-estar; náusea e vômito; confusão mental; e sensibilidade à luz.

Já os sintomas e sinais específicos da meningite meningocócica incluem dores intensas nos músculos, articulações, peito ou barriga; manchas vermelhas na pele, parecidas com picadas; respiração rápida; e calafrios.

A doença pode atingir o estágio grave entre 24 e 48 horas, muitas vezes sendo letal. Portanto, é recomendado que o paciente vá ao hospital assim que perceber qualquer sintoma ou sinal.

Diagnóstico e tratamento

A suspeita inicial da doença é levantada a partir do histórico e do estado clínico do paciente. Na sequência, o médico deve pedir a coleta de amostras de sangue e de líquor – um líquido da medula espinhal –, a fim de confirmar a presença da doença e qual o seu tipo. O diagnóstico correto é importante para o médico responsável saber como proceder com o tratamento da infecção.

É fundamental que o tratamento para meningite meningocócica seja realizado o mais rápido possível. O cuidado é feito em internamento no hospital com administração de antibióticos na veia, como o Ceftriaxona, durante sete dias aproximadamente.

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